quarta-feira, 1 de agosto de 2012

48 federais rejeitam proposta, diz sindicato

Para Andes, 'oferta final' do governo não abrange mudanças na carreira, a principal demanda da categoria
Ao todo, 57 das 59 universidades estão em greve há pouco mais de 2 meses; sindicato e governo se reúnem hoje

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

O governo federal deve ouvir hoje dos professores universitários nova recusa diante da segunda proposta de reajuste apresentado à categoria.

De acordo com o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior), pelo menos 48 universidades federais haviam rejeitado, até a noite de ontem, a oferta do Ministério do Planejamento. Está prevista para hoje uma reunião entre governo e sindicato.

A proposta do governo prevê reajuste salarial entre 25% e 40% até 2015, redução do número de níveis para progressão da categoria e formação de grupo de trabalho para discutir uma reestruturação aprofundada da carreira.

Ao todo, 57 das 59 universidades federais estão em greve há pouco mais de dois meses.

"Quando alguém apresenta uma proposta, está sujeito a negociação", afirma Marinalva Oliveira, presidente do Andes, sindicato de maior representatividade da categoria.

Ela ressalta que a maior demanda dos docentes é por mudanças nos critérios de ascensão e melhorias nas condições de trabalho.

"Estamos fazendo uma reivindicação e o governo está direcionando para outro tema. O governo não consegue atender nossa pauta nem a deles", completa, em referência aos índices de reajuste sugeridos pelo Planejamento.

Os professores afirmam que, para diversos níveis, o reajuste proposto sequer vai suprir a perda salarial provocada pela inflação do período. O governo, em contrapartida, afirma que não há mais margem para aumento.

Proposta final
A primeira proposta previa impacto de R$ 3,9 bilhões nos cofres públicos em três anos; a segunda aumentou o impacto em 7%: R$ 4,18 bilhões.

O Ministério da Educação informou que não se pronunciaria. Anteontem, o ministro Aloizio Mercadante, voltou a dizer que a oferta é final, pois o governo atingiu seu limite.

Os docentes afirmam ainda que as reivindicações da categoria têm o apoio dos reitores -até o momento, eles não se posicionaram formalmente a favor da oferta do governo.

Na sexta, a Andifes (associação de reitores) divulgou comunicado assinado por três dos quatro diretores ressaltando os "avanços significativos no Plano de Carreira".

A nota, entretanto, não teve respaldo de todos os integrantes da cúpula da associação -faltou a assinatura do presidente, João Luiz Martins, reitor da Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto).

Fonte: Folha de S.Paulo (1/8/2012)

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