terça-feira, 22 de maio de 2012

Federais do RJ e de SP podem entrar em greve nesta terça; 39 universidades estão paradas

Professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) podem entrar em greve nesta terça-feira (12), após assembleias que vão decidir pelo ingresso no movimento nacional de paralisação das universidades federais. Até o momento, 39 delas estão paradas, além de 3 institutos federais.

O presidente da Adufrj (Associação dos docentes da UFRJ), Mauro Iazi, trabalha com uma tendência da aprovação da greve na assembleia marcada para as 12h30. “Vivemos a contradição da expansão do ensino superior, sem recursos para acontecer. É preciso a regulamentação do plano de cargos, carreiras e salários, a reestruturação da carreira, a valorização do professor”, declarou.

Na UFF (Universidade Federal Fluminense), os professores entram em greve hoje. Uma assembleia está marcada para as 14 horas no auditório da Faculdade de Educação para traçar os rumos do movimento grevista. Às 16 horas, os professores fazem manifestação na Praça do Araribóia, em frente à Estação das Barcas em Niterói.

Em São Paulo, a Unifesp já tem dois campi em greve (Diadema e Baixada Santista), mas os outros podem paralisar as atividades após uma assembleia marcada para o meio-dia de hoje. Entre os que devem entrar em greve, estão os campi da capital paulista, Osasco e São José dos Campos.

Segundo o Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), a categoria luta pela reestruturação da carreira de docente e por melhores condições de trabalho.

Em Minas, professores aplicam avaliações
Os docentes das Universidades Federais de Uberlândia, Viçosa e Alfenas, em Minas Gerais, aderiram à greve nacional dos professores. Segundo os responsáveis pelo movimento grevista, de 50% a 60% dos professores estão oficialmente em greve, mas alguns optaram por concluírem as avaliações de final de semestre.

Na UFV (Universidade Federal de Viçosa), segundo a presidente do comando local da greve Márcia Fontes Almeida, há mil docentes divididos nos campi Viçosa, Rio Paranaíba e Florestal. No dia 15 deste mês foi feita uma assembleia entre 200 professores e 183 declararam serem a favor da paralisação. "Não temos o número exato de professores que estão parados, mas sabemos que é metade. Vamos fazer uma reunião na próxima quarta-feira para definir os rumos da greve e informar os professores sobre a pauta".

Mesmo com a greve declarada, a presidente explica que houve um acordo para que as avaliações que já estavam agendadas até o fim desta semana fossem aplicadas. "Nós dividimos o comando em comissões e uma delas avalia as exceções, caso seja necessário aplicar alguma atividade ou avaliação após esse prazo", disse.

Na UFU (Universidade Federal de Uberlândia), a situação é parecida. De acordo com o presidente do comando local, Antônio Cláudio Moreira Costa, 50% dos 1,8 mil professores do ensino básico e superior dos campi de Uberlândia, Pontal do Triângulo Mineiro e de Patos de Minas aderiram ao movimento.

Já o campus de Varginha da Unifal (Universidade Federal de Alfenas), segundo a presidente do comando de greve daquela região, Francisca Isabel Ruela, está totalmente parado. A Universidade conta com três campi, a de Alfenas, Varginha e Poços de Caldas. Ao todo, são 360 professores concursados. Desse total, 83 paralisaram as atividades. "Vamos fazer a recontagem, porque houve mais adesões", disse

Em Juiz de Fora, a greve na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) começou nesta segunda. Pela manhã, os professores distribuíram panfletos pelo campus e em algumas ruas da cidade com a pauta de reivindicações. Além das reivindicações nacionais, os professores pedem maior transparência nas deliberações da administração da universidade e abertura mais vagas para docentes. Em nota, a Administração Superior da UFJF disse que "respeita" a mobilização.

Os professores da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), em Uberaba, aderiram ao protesto na quinta-feira (17). Segundo o representante da diretoria de comunicação da associação de docentes, Bruno Curcino, a greve está em expansão, mas cerca de 42% dos alunos (2 mil estudantes) já estão sem aulas. A universidade informou que na sexta-feira dos 400 professores, cerca de 100 aderiram ao movimento. As aulas do turno da noite não aconteceram porque os alunos também apoiaram a greve e resolveram parar as atividades.

Na Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto), a greve gera grande mobilização de docentes com apoio de alunos desde quinta-feira. De acordo como o presidente da seção sindical, David Pinheiro Júnior, são 600 professores na instituição e adesão é de quase 100%. Além dos apelos de âmbito nacional, os educadores também questionam o número excessivo de alunos por turma e a sobrecarga de hora-aulas para os professores. A reitoria disse que não vai comentar sobre a greve.

A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), por sua vez, não aderiu à greve pelo fato de seus professores não estarem filiados à Andes-SN, o sindicato nacional da categoria.


Fonte: UOL (22/5/2012)

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