quinta-feira, 26 de julho de 2012

Grevistas rejeitam proposta do governo por falta de fundamento

O comando de greve da UFTM avalia que a rejeição à proposta do governo federal, em assembleia realizada na última quarta-feira (25), com 100% de adesão, confunde a população, e explica que todos os itens avaliados continuam a ser tratados sem fundamentação por parte do governo.
 
De acordo com Ailton Aragão, professor e membro do comando de greve, a primeira colocação que não expressa a realidade é o valor de 45% de aumento distribuído até 2015, relacionada aos docentes e apresentada pelo governo e que, no caso da UFTM, só atinge nove professores dos quase 200. “Fazendo-se a conta até 2015 e considerando índices de reajuste de inflação ou mesmo outros índices do mercado, o aumento real deste professor será de 12% em um período de quatro anos, isto sem considerar as defasagens dos anos anteriores. Para alguns, ficou parecendo que havíamos conseguido até mais do que pedíamos”, desabafa o professor.
 
O professor continua explicando que se este mesmo cálculo for feito para os docentes no começo da carreira, o ganho final, após o escalonamento até 2015, será de apenas 0,85%, mostrando que o governo não tem nenhum indicador financeiro para montar sua proposta de reajuste, e cabe ao próprio governo criar uma lei ou estabelecer uma taxa de reajuste anual para a categoria.
 
A questão da diferença entre níveis em todas as profissões existentes na universidade é mais um motivo para desestruturar o sistema (assistente 1, 2, 3 e 4 ou adjunto 1, 2, 3, 4), tanto em nível salarial quanto em outros aspectos, e é solicitado na pauta da greve que seja unificado e todos sejam considerados professores docentes federais. O governo ainda não se mostrou sensível ao assunto, coloca o professor. “O governo devolveu a proposta mantendo menos níveis, mas ainda colocando subdivisões internas, o que adianta? Outra coisa: quem irá julgar a progressão do docente?”.
 
A qualidade de ensino também está sendo afetada pelas atuais condições de trabalho. O professor conta que faltam salas de aula, laboratório, espaços de reunião, equipamentos de pesquisa. “Por exemplo, tem sala de aula com 80 alunos, tem um grupo de professores que trabalha em ‘baias’ e o mais sério é a falta de laboratórios. Isto afeta a pesquisa e a extensão.”
 
Ele finaliza dizendo que a “credibilidade da instituição fica comprometida, ainda, quando há a contratação de professores não efetivos (substitutos), que não criam vínculo com a universidade e acabam não participando de toda a vida acadêmica, completa o professor. A luta é por ensino de qualidade”.
 

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