A greve nas instituições federais de ensino cresce a cada dia, com mais
professores e estudantes aderindo à mobilização. As últimas instituições a
paralisarem suas atividades foram a Universidade Federal do ABC, a Universidade
de Integração Latino Americana e o Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio
de Janeiro. No total, já são 51 instituições federais em greve (veja aqui o quadro mais atualizado).
Diariamente, chegam ao Comando Nacional de Greve moções de apoio à mobilização. A
Associação dos Geógrafos Brasileiros encaminhou uma nota em que manifesta seu
apoio à greve, "realizada por melhores condições de trabalho, o que implica na
crítica ao sobretrabalho, que precariza o próprio desempenho profissional e o
alcance dos resultados que a Universidade deve construir para a sociedade e
junto com a sociedade."
Nesta semana, o Conselho Universitário da Universidade Federal Rural de Pernambuco
aprovou uma nota reconhecendo a greve dos docentes e manifestando-se "pela
necessidade de diálogo e negociação efetiva entre o Governo Federal e as
representações sindicais, visando à valorização dos servidores das Ifes".
Destaca ainda, o papel fundamental das Universidades Federais na promoção de um
ensino superior público, gratuito e de qualidade, da pesquisa e da extensão, e
que para "a consecução plena de nosso papel, é de extrema importância a
valorização de seus servidores, docentes e técnico-administrativos, bem como de
seus estudantes."
Reunidos nesta terça-feira (5) em assembleia convocada pela Comissão de Mobilização,
professores e estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina manifestaram
apoio e solidariedade à greve nacional dos professores da Ifes." Reivindicamo-nos parte desta luta e estamos buscando a ampliação da mobilização
e união da comunidade acadêmica na UFSC para engrossar este vigoroso movimento",
afirma a nota.
O Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação (Moclate) também manifestou
apoio à greve dos docentes das federais. Para o Moclate, "o sucateamento e a
precarização das instituições públicas de ensino, desde a educação básica, é
parte da essência do que são as políticas deste velho Estado e o seu sistema de
poder, das classes parasitárias e o seu sistema de governo sob o gerenciamento
do oportunismo."
O texto critica, ainda, as "reformas educacionais" ditadas pelo Banco Mundial,
tais como "PCNs" e "Diretrizes Curriculares" (gerência FHC), "Prouni" e "Reuni"
(gerência Luiz Inácio), só servem para impor uma educação domesticadora,
servindo aos interesses do capital monopolista, da dominação imperialista do
nosso país."
Para o Moclate, o Reuni exigiu uma expansão irresponsável sem aplicação de
investimentos para salas de aula, laboratórios, acervo bibliográfico, pesquisa e
extensão e, ao mesmo tempo, "intensificou seu nefasto plano de precarização do
trabalho docente com a contratação de professores temporários em número
insuficiente para atender os novos cursos."
Nenhum comentário:
Postar um comentário