Enquanto os servidores ocupavam a Esplanada dos Ministérios em uma das maiores
manifestações realizadas nos últimos anos, representantes das 32 entidades
sindicais organizadores da Marcha foram recebidos pelo secretário executivo
adjunto do Ministério do Planejamento, Valter Correia Silva. Na reunião, os
sindicalistas defenderam uma negociação efetiva. “Reiteramos a necessidade de
que o governo avance na proposta”, afirmou a presidente do ANDES-SN, Marina
Barbosa.
Correia afirmou que o governo ainda não tem uma resposta para os servidores. “O
ministério do Planejamento nos recebeu porque foi pressionado pela manifestação
construída pelos servidores, mas não tem proposta”, resumiu Marina.
O representante do Planejamento disse, ainda, que as negociações serão feitas pelo
Secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça. “Ele é o homem definido por
Dilma para negociar e é com ele que as negociações devem se realizar”, afirmou.
Os líderes sindicais argumentaram que a negociação não avança porque o governo não
se propõe a discutir o conteúdo da proposta apresentada pelo movimento, tratando
do seu mérito. Eles insistiram que isso é fundamental para a definição da
política salarial, que envolve temas como reajuste linear pelo índice
inflacionário, recomposição das carreiras pela variação do Produto Interno Bruto
(PIB), paridade entre ativos e aposentados e data-base. Correia disse que
passaria essas orientações para Mendonça.
Ele disse, ainda, que assim como o movimento dos servidores tem o direito de entrar
em greve, o governo também se sente no direito de não negociar com quem estiver
parado. “É um absurdo que os líderes forjados em movimentos sindicais tenham uma
posição desta depois que assumem um governo”, criticou Marina.
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