quarta-feira, 6 de junho de 2012

Professores da Uerj decidem entrar em greve

Felipe Martins
Do UOL, no Rio de Janeiro

Os professores da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) decidiram nesta terça-feira (5) entrar em greve. Os docentes pedem 22% de aumento imediato, a adoção do regime de trabalho chamado dedicação exclusiva e uma política de recomposição das perdas inflacionárias ocorridas nos últimos 11 anos.

A greve atinge os cerca de 30 mil alunos da instituição, que ficarão sem aulas a partir da próxima segunda-feira (11).  Aproximadamente 500 pessoas, entre professores e estudantes, participaram da assembleia, que se estendeu por mais de duas horas. Do número total de votantes, houve apenas um voto contrário à greve e quatro abstenções. A maior demora na decisão se deu devido à discussão se a greve deveria começar na próxima semana ou no segundo semestre. Segundo a Asduerj (Associação de Docentes da Uerj), a vitória foi de 60% para os que preferiram a greve para logo contra 40% dos que preferiam aguardar o próximo semestre. A instituição conta com mais de três mil docentes.

De acordo com o presidente da Asduerj, Guilherme Mota, o reajuste pleiteado é o primeiro passo para a recuperação de uma defasagem salarial de 60% acumulada desde 2001. “São 11 anos sem reajuste salarial. O nosso pleito é justo. A gente precisa de um plano de recomposição salarial”, disse.

Os docentes defendem ainda a adoção do regime de  dedicação exclusiva, que estabelece um valor a ser acrescido ao salário. De acordo com Guilherme Mota, a Uerj “é a última das grandes universidades do país a não adotar.

Em assembleia no dia 31 de maio, os docentes haviam decidido aguardar o segundo semestre para deflagrar a greve, mas uma decisão do governo do estado adiantou a paralisação. A Procuradoria Geral do Estado foi ao Supremo Tribunal Federal pedindo a inconstitucionalidade de uma política de premiações acrescidas aos salários.

Os problemas estruturais da universidade também são fonte de reclamações dos docentes.  Segundo eles, a improvisação tem sido a forma encontrada para driblar a falta de espaço, fruto da expansão dos cursos de graduação. “Houve o crescimento da universidade, dos cursos oferecidos, mas o espaço físico permaneceu o mesmo. A Uerj recebe do governo do estado um valor de custeio insuficiente. Chegou ao ponto que os professores retiram os itens de um banheiro e transformaram em sala de professor para suprir essa deficiência de espaço”, contou o presidente da Asduerj.

A Uerj é a quinta universidade pública a entrar em greve no estado do Rio de janeiro. Em todo o país, são pelo menos 47 federais paralisadas.

Procurada pela reportagem do UOL, a reitoria da Uerj não comentou as reivindicações dos professores. Já a Secretaria estadual de Ciência e Tecnologia informou que nenhuma das reivindicações dos docentes foi informada ao órgão.

Fonte UOL Educação (5/6/2012)

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