quarta-feira, 6 de junho de 2012

Servidores públicos federais deflagram greve até dia 18

Após protesto em Brasília, servidores púbicos federais de 31 categorias decidiram, por unanimidade, aderir à greve das universidades. Conforme calendário aprovado, as demais categorias paralisarão suas atividades entre 11 e 18 de junho. Eles reclamam que estão com os salários congelados há dois anos e, mesmo após a realização dez rodadas de negociação com o governo, ainda não receberam nenhuma proposta concreta.

Najla Passos

Brasília - Servidores púbicos federais de 31 categorias decidiram nesta terça (5), por unanimidade, aderir à greve das universidades, deflagrada desde 17/6. Conforme calendário aprovado em plenária unificada, realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), as demais categorias paralisarão suas atividades entre 11 e 18/6. Eles reclamam que estão com os salários congelados há dois anos e, mesmo após a realização dez rodadas de negociação com o governo, ainda não receberam nenhuma proposta concreta.

"Nossa pauta conjunta de reivindicações foi protocolada em 24/1. Já realizamos dez rodadas de negociações com o governo e nada. Estamos com os salários congelados há dois anos e sem perspectivas de reajuste nem mesmo para 2013. Não temos sequer data-base definida, como prevê a Constituição. Nós já tentamos negociar à exaustão, mas o governo está nos empurrando para a greve", afirma Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais (Condsef), entidade que representa 80% das categorias do funcionalismo federal.

Os servidores iniciaram o dia de mobilizações com um protesto que reuniu 15 mil pessoas, segundo os organizadores. Eles marcharam pela Esplanada e, no final da manhã, realizaram manifestações em frente aos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e da Educação (MEC). No MPOG, conseguiram que seus representantes fossem recebidos pelo secretário-executivo, Valter Correia da Silva, mas não obtiveram nenhuma resposta aos seus pleitos.

"O secretário-executivo disse apenas que nos apresentará uma contraproposta em 30/7. Mas aí não haverá mais prazo para negociarmos a tempo da presidenta Dilma Rousseff incluir os reajustes no projeto de lei orçamentária 2013, que tem que ser enviado ao Congresso até 31/8. Foi o que ocorreu no ano passado: o governo empurrou até o último minuto e depois disse que não havia mais tempo hábil. Já vimos esse filme", compara.

De acordo com Silva, esta é a maior mobilização de servidores públicos dos últimos 10 anos. "Realizamos uma marcha com presença expressiva de servidores de todas as regiões do país. São 31 entidades, de três centrais sindicais diferentes. Essa união histórica é resultado da nossa dificuldade em negociar com este governo, porque as experiências dos anos anteriores nos mostraram que greves individualizadas só nos enfraquecem, com judicialização, corte de pontos e retirada de direitos", acrescenta.

A greve das universidades continua com adesão crescente. Já são 50 instituições de ensino superior com as atividades paralisadas. Em pelo menos 15 delas, os alunos aderiram ao movimento. Em 11/6, os servidores técnicos administrativos também cruzam os braços.

Cronograma
No dia 13/6, será a vez dos professores e empregados dos Institutos Tecnológicos, dos servidores da Justiça Federal, do Ministério Público e do IBGE. No dia 18, aderem as demais entidades que fazem parte da Condsef.

No dia 20/6, os servidores realizam nova marcha, desta vez na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20, que estará acontecendo no Rio de Janeiro.

Fonte: Carta Maior (6/6/2012)

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