Após protesto em Brasília, servidores púbicos federais de 31 categorias decidiram,
por unanimidade, aderir à greve das universidades. Conforme calendário aprovado,
as demais categorias paralisarão suas atividades entre 11 e 18 de junho. Eles
reclamam que estão com os salários congelados há dois anos e, mesmo após a
realização dez rodadas de negociação com o governo, ainda não receberam nenhuma
proposta concreta.
Najla Passos
Brasília - Servidores púbicos federais de 31 categorias decidiram nesta terça (5), por
unanimidade, aderir à greve das universidades, deflagrada desde 17/6. Conforme
calendário aprovado em plenária unificada, realizada na Esplanada dos
Ministérios, em Brasília (DF), as demais categorias paralisarão suas atividades
entre 11 e 18/6. Eles reclamam que estão com os salários congelados há dois anos
e, mesmo após a realização dez rodadas de negociação com o governo, ainda não
receberam nenhuma proposta concreta.
"Nossa pauta conjunta de reivindicações foi protocolada em 24/1. Já realizamos
dez rodadas de negociações com o governo e nada. Estamos com os salários
congelados há dois anos e sem perspectivas de reajuste nem mesmo para 2013. Não
temos sequer data-base definida, como prevê a Constituição. Nós já tentamos
negociar à exaustão, mas o governo está nos empurrando para a greve", afirma
Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Confederação Nacional dos Servidores
Públicos Federais (Condsef), entidade que representa 80% das categorias do
funcionalismo federal.
Os servidores iniciaram o dia de mobilizações com um protesto que reuniu 15 mil
pessoas, segundo os organizadores. Eles marcharam pela Esplanada e, no final da
manhã, realizaram manifestações em frente aos ministérios do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MPOG) e da Educação (MEC). No MPOG, conseguiram que seus
representantes fossem recebidos pelo secretário-executivo, Valter Correia da
Silva, mas não obtiveram nenhuma resposta aos seus pleitos.
"O secretário-executivo disse apenas que nos apresentará uma contraproposta em
30/7. Mas aí não haverá mais prazo para negociarmos a tempo da presidenta Dilma
Rousseff incluir os reajustes no projeto de lei orçamentária 2013, que tem que
ser enviado ao Congresso até 31/8. Foi o que ocorreu no ano passado: o governo
empurrou até o último minuto e depois disse que não havia mais tempo hábil. Já
vimos esse filme", compara.
De acordo com Silva, esta é a maior mobilização de servidores públicos dos últimos
10 anos. "Realizamos uma marcha com presença expressiva de servidores de todas
as regiões do país. São 31 entidades, de três centrais sindicais diferentes.
Essa união histórica é resultado da nossa dificuldade em negociar com este
governo, porque as experiências dos anos anteriores nos mostraram que greves
individualizadas só nos enfraquecem, com judicialização, corte de pontos e
retirada de direitos", acrescenta.
A greve das universidades continua com adesão crescente. Já são 50 instituições de
ensino superior com as atividades paralisadas. Em pelo menos 15 delas, os alunos
aderiram ao movimento. Em 11/6, os servidores técnicos administrativos também
cruzam os braços.
Cronograma
No dia 13/6, será a vez dos professores e empregados dos Institutos Tecnológicos,
dos servidores da Justiça Federal, do Ministério Público e do IBGE. No dia 18,
aderem as demais entidades que fazem parte da Condsef.
No dia 20/6, os servidores realizam nova marcha, desta vez na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20, que estará acontecendo no Rio de Janeiro.
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